Quando ela me olhou nos olhos, eu desviei. Temi que ela sentisse que eu não sabia como ajudá-la, que eu me sentia perdida diante dela, que eu recuava porque perto dela me sentia vulnerável. E algo dentro de mim dizia que mesmo sem que eu dissesse, ela sabia exatamente o poder que tinha em mãos, e calculava meticulosamente cada ação que adiante fosse executar.
É difícil ter que olhar alguém que você aprendeu a amar desde muito nova com um olhar cauteloso, analítico, repressor e por vezes insensível.
Enxergo em cada movimento dela, um pedido de ajuda. O olhar suplicava por algo que nem ela mesma sabia o que era. As palavras enrolavam na língua, embaraçando quem falava e quem ouvia. Tudo nela gritava socorro.