sexta-feira, 23 de abril de 2010

Caleidoscópio


Quando ela me olhou nos olhos, eu desviei. Temi que ela sentisse que eu não sabia como ajudá-la, que eu me sentia perdida diante dela, que eu recuava porque perto dela me sentia vulnerável. E algo dentro de mim dizia que mesmo sem que eu dissesse, ela sabia exatamente o poder que tinha em mãos, e calculava meticulosamente cada ação que adiante fosse executar.

É difícil ter que olhar alguém que você aprendeu a amar desde muito nova com um olhar cauteloso, analítico, repressor e por vezes insensível.
Enxergo em cada movimento dela, um pedido de ajuda. O olhar suplicava por algo que nem ela mesma sabia o que era. As palavras enrolavam na língua, embaraçando quem falava e quem ouvia. Tudo nela gritava socorro.


terça-feira, 6 de abril de 2010

Descoberta


Hoje em meio ao balançar, desconfortável e inconstante, do ônibus e o sono que fazia meus olhos fecharem e abrirem levemente a cada pequeno desnível no caminho, uma pergunta me veio à mente... Eu me perguntava, que marca eu quero deixar no mundo?
Engraçado, que a resposta me foi mostrada, alguns minutos depois, uma cena que deveria ser comum, mas não é. Solidariedade, compreensão, caridade e muita doçura, em um gesto simples de amparo... Duas pessoas desconhecidas se tratando com amor e se ajudando mutuamente!
Meu sorriso foi instantâneo, e naquele momento eu soube que a marca que eu quero deixar no mundo, é o amor! Aquele amor incondicional ao próximo, que a gente tanto escuta falar. E não é fácil, nem pouco, mas é sem dúvidas o objetivo principal da existência humana!

"Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
E se não for possível, a gente tenta
Vamos velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa"

[Pose - Engenheiros do Hawaii]