quarta-feira, 28 de julho de 2010

A porta


Deitada na cama, mirava o teto, enquanto sentia o vento gelado enfriar-lhe a ponta do nariz... Fechou os olhos. O quarto vazio foi sendo preenchido rapidamente por lembranças, sentimentos e pensamentos, todos embaralhados. Passou horas tentando separar o bom do ruim, o certo do errado, o novo do velho... Mania de organização. Organizar as coisas lhe dava uma leve sensação de poder, como se estivesse no controle, mas dessa vez todas as tentativas foram falhas. E de repente em meio a todo aquele emaranhado de palavras, sons, cheiros, gostos e rostos, uma pequena frase pareceu tomar proporções absurdamente grandes, chegando a preencher o quarto por completo. Não era, sem dúvidas, a resposta para nenhuma das perguntas, nem mesmo justificava ou servia de base para um argumento, mas foi, naquele momento, tudo que ela precisava saber...
Como de costume, ela pensava demais. Longe de ser uma calculista, mas sem dúvidas uma viciada em ponderação. Ela abriu os olhos, levantou, fechou a janela e voltou para a cama, dessa vez para debaixo das cobertas.
E a porta? Aberta, a porta está aberta.


terça-feira, 13 de julho de 2010

13 e 07

"...É, meu amigo só resta uma certeza
é preciso acabar com essa tristeza
é preciso inventar de novo o amor."

(Carta ao Tom - Toquinho e Vinícius de Moraes)