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Ela, como inúmeros humanos naquele instante se sentia triste, não tinha vontade de chorar, não queria conversar sobre o assunto, e no fundo ela sentia que não tinha nada a dizer... Mesmo com o passar dos dias, as palavras não se ajustavam aos espaços dentro de sua cabeça, até o sono ela perderá, e pela primeira vez a noite inteira revirando na cama, não a ajudou a colocar as coisas no lugar.

Quando ela não se sente bem, e não sabe o que fazer a respeito, ela simplesmente dá um jeito de mudar algo. Faz algo diferente, fora do comum, na tentativa de ser surpreendida por algum sentimento súbito de alegria, possivelmente passageiro, mas que traga de volta aquela certeza de que ela está fazendo a coisa certa.

Ela levantou pela manhã e ficou parada em frente ao espelho se perguntando: o que fazer diferente hoje? Nada lhe veio à mente. Então ela seguiu fazendo suas atividades que já estavam previstas para o dia... E nem ela sabe dizer em que momento e porque surgiu a idéia, mas só ela e seus mais íntimos amigos entendem quão diferente isso é para ela.

Esmalte preto.

“Não basta pensar, é preciso sentir nosso destino”

(Miguel de Unamuno)